Jornalista Olívia de Cássia vende seu novo livro em casa, por conta da pandemia

Ela conta que a princípio pensou em fazer um lançamento on-line, mas como não domina fazer vídeos e lives, resolveu divulgar via internet e quem se interessar entra em contato com ela.

Olívia de Cássia - Divulgação

Olívia de Cássia - Divulgação

Por conta da pandemia, a jornalista Olívia de Cássia Cerqueira está vendendo seu novo livro, Palavras sem nexo, de poesias, em sua casa, em Maceió ou em contato pelo zap (94093306). “Quem se interessar me pede o número da conta, envia o comprovante de pagamento e eu encaminho pelos Correios”, observa.

Ela conta que a princípio pensou em fazer um lançamento on-line, mas como não domina fazer vídeos e lives, resolveu divulgar via internet e quem se interessar entra em contato com ela.

A jornalista aposentada e escritora conta que a diferença entre o primeiro, Mosaicos do Tempo, e o segundo, Palavras sem Nexo, é que um conta uma história de vida, em capítulos, suas memórias, conflitos existenciais e de gerações com os pais, principalmente a mãe que,segundo ela, “não entendia sua rebeldia”, até a separação.

A autora diz que Palavras sem nexo são versos livres, tem uma temática mais romântica, fala de amores adolescentes, platônicos e utópicos, de instantes vividos e de incertezas perante o mundo, com muitas interrogações e dúvidas.

“Eu era uma adolescente muito complexada, Rebelde e negativa. Chorava e sofria muito com o desprezo dos meninos que eu me interessava. Comecei a colocar aquelas frustrações nos cadernos, em forma de poesia, influenciada pela amiga Eliane Aquino, que escrevia contos e histórias de amor com cada uma de nós e nossos paqueras, já naquela época. Eu pegava os cadernos dela emprestado e comecei a fazer os meus. Apesar da minha rebeldia, eu era muito ingênua”.

Algumas poesias contidas no livro ela conta que foram datilografadas e publicadas “logo que entrei na universidade, publicado artesanalmente, e tinha o título “Daquilo que vivo e sinto ou Vivências”, no COS da UFAL, junto com Mário Lima, jornalista, que estava lançando seu livro de poesias”.

Naquele tempo, ela conta que “foi ousada e muito sem noção “ em achar que os escritos seriam poesias, “mas arrisquei e estou arriscando agora, para preencher meus dias de aposentada por invalidez, ou incapacidade permanente, como se diz agora, que me exige ações cerebrais, para que eu não atrofie de vez”, explica.

De lá para cá muita coisa mudou no mundo e em todos nós. Aquela menina que pensava que com o amor que tinha e as amizades que cultivava iria mudar o mundo amadureceu. “Foram muitas as decepções, incertezas e entendimento da vida. Eu era muito radical”.

Portadora de Ataxia spinocerebelar, doença neurodegenerativa que acomete a sua família ao longo do tempo, Olívia diz que sempre teve vontade de colocar para fora aqueles sentimentos que lhe afligiam o coração, mas que tinha vergonha de mostrar para alguém, até que começou a conversas com outras pessoas que escrevem, tomou coragem e resolveu publicar seus textos depois de aposentada.

“Depois que fui diagnosticada com a Ataxia, Doença de Machado-Joseph, recebi muito incentivo para externar aqueles sentimentos vividos, colocar o cérebro para funcionar, até que eu não saiba mais quem sou, pontua.

Explicando o título do livro ela diz que Palavras sem Nexo “ foi uma brincadeira que eu quis fazer, porque nem sei se considero poesia o que escrevo, apesar de alguns amigas me incentivarem a continuar escrevendo, embora depois da aposentadoria eu esteja escrevendo pouco’.

Palavras sem nexo foi impresso com recursos próprios, em pequena quantidade, diferente de Mosaicos do Tempo em que foi feito uma campanha coletiva. “Fazer cultura no Brasil e em Alagoas é muito difícil, publicar livros é muito caro, mas consegui parcelar em cinco vezes a publicação, que foi editado e revisado pela psicóloga e poeta viçosense Merandolina Pereira de Melo.

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Assessoria