MS exclui recomendação para uso da cloroquina contra a Covid-19

Mesmo contra as evidências científicas e as determinação do CNS, o ministério mantinha as informações do uso do medicamento no tratamento precoce da Covid-19.

Jair Bolsonaro – © AFP

Jair Bolsonaro – © AFP

O Ministério da Saúde removeu a publicação que recomendava o uso da cloroquina em casos leves, moderados e graves da Covid-19. O documento esteve visível para consultas desde o dia 20 de maio do ano passado a 22 de abril deste ano contra as evidências científicas e as determinações do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Às vésperas da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid (CPI da Covid-19) no Senado Federal, o portal decidiu excluir a publicação após uma reunião na Casa Civil Presidencial levantar 23 questões que os ministros convocados a depor deveriam responder.

Uma das argumentações que o relator poderia fazer, era: “O governo promoveu tratamento precoce sem evidências científicas comprovadas?”.

A lista com todas as 23 questões foram encaminhadas ao Ministério da Saúde no dia 21 de abril. No dia seguinte, já não era mais possível ter acesso às informações por meio do portal do ministério.

As orientações obtidas no documento não foram substituídas, e sim removidas da plataforma. Os usuários que buscarem as informações a respeito do manejo clínico e do tratamento da Covid-19 serão direcionados para uma outra aba, onde é apresentada uma campanha de vacinação contra o vírus.

Antes da abertura da CPI, o Ministério da Saúde recusou um pedido formal de remoção das informações contidas no documento. No dia 19 de janeiro, o Conselho Nacional de Saúde solicitou por meio de um ofício que o ministério retirasse a nota técnica no 17 e não incentivasse o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no combate ao novo coronavírus.

Desde o ano passado, o uso da cloroquina para o tratamento precoce contra a Covid-19 tem sido debatido no Congresso Nacional. A CNS tem alertado, desde a publicação do ministério, para os riscos que o uso deste medicamento pode ocasionar.

Portal do Ministério da Saúde – © Reprodução/Internet