Viralizou nas redes sociais o relato do diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Artur Gomes Neto, sobre o novo aumento de internações pelo novo coronavírus causado, principalmente, por situações de aglomeração muitas vezes desnecessárias.
Em um vídeo publicado na manhã da última sexta-feira (27/8), durante o primeiro dia de feriado prolongado na capital, o pneumologista declarou que “estamos observando um número crescente de casos em nossas emergências e internações” na unidade hospitalar.
“Mais uma vez faço um apelo para que as pessoas tomem cuidado, respeitem as medidas sanitárias e tomem a vacina. De outra forma, em setembro, Maceió voltará à situação de um mês atrás: UTIs lotadas, hospitais lotados e pessoas morrendo. Que Deus nos ajude”, disse o gestor do hospital.
Ao Portal do Governo, o especialista explicou que, apesar de a rede pública ter capacidade de autogerenciamento em relação à doença, os usuários da rede suplementar têm procurado as unidades privadas. “Estamos atendendo entre 20 e 30 pessoas por dia quando, há pouco tempo, não havia nenhum paciente de Covid-19 na emergência”, exemplificou.
Em função do aumento de casos, a Santa Casa reativou um setor do hospital exclusivamente para atender acometidos com Covid-19. “Já foi necessário a gente reservar novamente uma UTI – a gente não tinha mais leito de UTI e nem clínico para Covid. Agora, com um volume considerável de pessoas, já reservamos uma área do hospital para tratamento clínico e uma UTI já está funcionando novamente para atender à saúde suplementar”, revelou o diretor médico.
De acordo com o pneumologista, o cenário se repete no Rio de Janeiro, no interior de São Paulo e tem previsão de aumentar em todo o país, inclusive em território alagoano. Ele atribuiu o fato às aglomerações recentemente observadas em ruas, bares e restaurantes da capital.
“As pessoas simplesmente acham que não há mais pandemia. Você não vê mais ninguém de máscara nos bares à noite. Todo mundo saindo, se encontrando, se abraçando e se beijando. E não é por falta de aviso. As pessoas têm que entender que a culpa é da própria população, que não atende às recomendações do Sistema de Saúde, do Governo e do Município de Maceió”, considerou o médico.
A precaução se justifica pela capacidade de transmissão do vírus, sobretudo com a nova cepa. “A gente já começa a alertar para não entrarmos de novo num risco de colapso no sistema de saúde, ou isso vai acontecer novamente”, esclarece, antes de reforçar o apelo: “Respeitem as medidas sanitárias e façam a vacinação porque, senão, em setembro, Maceió voltará ao cenário de um mês atrás: UTIs lotadas, hospitais lotados e pessoas morrendo”.