Rio de Janeiro — R$ 1. Esse teria sido o motivo que levou Aderbal Ramos de Castro a matar uma moradora de rua, na madrugada do último sábado (16), em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ele acabou sendo preso na terça-feira (19) e o crime foi registrado por câmeras de segurança.
Zilda Henrique dos Santos Leandro, de 31 anos, conhecida popularmente como Néia, abordou o suspeito, que caminhada pela rua Barão de Amazonas, e pediu R$ 1 para comprar pão. Ela aparece nas imagens de câmeras de segurança da prefeitura falando com Castro. O homem tenta desviar da mulher, mas ela o segue.
São apenas 14 segundos de conversa, momento em que ele saca um revolver e atira duas vezes contra a moradora de rua, que cai agonizando no asfalto. Em seguida, o suspeito guarda a arma na cintura e sai andando normalmente pela calçada. Outra mulher, que testemunhou o crime, aparece no vídeo tentando ajudar a vítima.
Populares acionaram a polícia e o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), que socorreu Néia e a encaminhou para o Hospital Estadual Azevedo Lima, também em Niterói, onde acabou morrendo. Policiais da Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói identificaram o criminoso pelas imagens das câmeras de segurança.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Bruno Reis, Aderbal alegou que reagiu a uma tentativa de assalto, versão considerada ‘fantasiosa’ pela polícia. “No depoimento, ele disse que não sabia nem se a vítima era homem ou mulher. Apenas que se assustou por achar que seria assaltado e atirou”, contou o delegado.
+ Corpo é encontrado ao lado de veículo em estrada vicinal de Chã Preta
Ainda segundo Reis, Castro – que é dono da arma utilizada no crime – tem autorização para possuir arma de fogo, mas não o porte – andar armado. “Ele confirmou que mantinha aquela arma em casa, mas que, naquele dia, decidiu levá-la ao trabalho porque tinha medo de ser assaltado no caminho”, explicou.
Nessa quarta-feira (20), uma irmã de Néia foi à Delegacia de Homicídios (DH) e, emocionada, contou que a irmã pretendia comprar pão e que Castro dizia que ‘daria um tiro’ caso ela continuasse insistindo. “Minha irmã falou que duvidava e foi atrás dele. Foi quando ele atirou”, disse a mulher, que afirma ter receio de vingança.