Em assembleias realizadas em todo o Brasil na terça-feira (04/08), entre os trabalhadores associados a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) e outras entidades da categoria, ficou definido a paralisação das atividades, a partir das 22h de 17 de agosto, por tempo indeterminado.
De acordo com o José Rivaldo da Silva, presidente da Fentect, o ato é referente ao que eles consideram retirada de 70 direitos do atual acordo, com vigência de dois anos (até 2021), a exemplo de 30% do adicional de risco e redução da participação da empresa no plano de saúde.
— Se o governo fizer alguma proposta nesses próximos dias, iremos submeter para avaliação dos trabalhadores. Nós não vamos aceitar o que eles nos ofereceram até agora, afirma José, acrescentando que uma nova assembleia no dia 16 deverá oficializar a paralisação das atividades.
Em nota que foi divulgada à imprensa, o sindicato reclama das condições de trabalho e também pede a realização de concurso público. “Apesar de alegarem gastos vultuosos com equipamentos de segurança, em muitas agências, principalmente no interior do país, esse material nunca apareceu”, informou.
Conforme a estatal, a realidade financeira da empresa apresenta dificuldades que têm se agravado a cada ano que passa. Com isso, “os Correios precisam se adequar não só ao que o mercado está praticando, mas, também, ao que está previsto na legislação”. Situação que foi afetada ainda mais com a crise do Covid-19.
Entre o pacote de ajustes dos Correios, está a redução do bônus de férias de 2/3 para 1/3 do salário e diminuição do adicional noturno de 60% para 20% a hora. A mudança dos benefícios, segundo a empresa, está de acordo com o estabelecido pela CLT. O pacote prevê uma redução de R$ 600 milhões por ano dos cofres públicos.
Com o movimento, deverão ser afetados principalmente os consumidores e as empresas relacionados com entregas de produtos considerados não essenciais para o combate da pandemia.