Enquanto era mantida presa em casa e agredida pelo ex-companheiro, uma jovem de 19 anos conseguiu pedir ajuda enviando uma carta à mãe pelo leiteiro, em Goianésia, na região central de Goiás. Graças a essa ideia, a Polícia Civil foi chamada, prendeu o rapaz, que tem 25 anos, e resgatou a vítima.
Tudo aconteceu entre quarta (09/09) e quinta-feira (10/09). No imóvel, também estavam os filhos do casal – um bebê de 9 meses e um menino de 2 anos – que presenciaram as agressões. O caso está sendo investigado pela delegada Poliana Bergamo, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
À polícia, a vítima relatou que teve uma união estável com o agressor que durou cerca de três anos, mas terminou o relacionamento e conseguiu na Justiça uma medida protetiva contra ele. Contudo, o companheiro não chegou a cumprir a decisão judicial, já que ele sempre voltava à casa da jovem.
Quando ele foi à residência na quarta, a mulher insistiu que não o aceitaria mais e que não o queria lá, o que levou o suspeito a agredi-la com chutes, tapas, socos e ameaçá-la. Além das agressões, ele se recusou a ir embora e proibiu a vítima de sair de casa.
Na madrugada do dia seguinte, temendo por sua vida e de seus filhos, conseguiu contato, por meio de aplicativo de mensagem, com uma irmã e pediu socorro. Entretanto, o agressor acordou e viu o que ela havia feito, tomando o celular dela, segundo registros da Polícia Civil.
Já na manhã do mesmo dia, entregou uma carta ao leiteiro direcionada à mãe, também buscando ajuda. Na carta, a vítima pede que os filhos sejam salvos primeiro e que, depois, fossem buscá-la. Ela pede ainda que ninguém ligue ou mande mensagem, porque o autor havia tomado o celular dela.
Ao ter notícias da filha, a mãe e a irmã foram até a Delegacia da Mulher e denunciaram o homem. “No mesmo dia, viemos e prendemos o rapaz em flagrante”, completou Poliana. A princípio, o agressor deve responder por descumprimento da medida protetiva, vias de fato e ameaça.
Vítima tentou pedir socorro à irmã antes de ter celular tomado pelo agressor — © Reprodução/Polícia Civil