
Diante da maior seca em quase um século, o governo brasileiro estuda a possibilidade de trazer de volta o horário de verão, suspenso em 2019. O Ministério de Minas e Energia (MME) está conduzindo um estudo para avaliar a viabilidade da medida, com resultados esperados nos próximos dias. O ministro Alexandre Silveira já deu sinais de que a proposta pode ser apresentada em breve ao governo.
A seca recorde tem pressionado o sistema elétrico, especialmente nos horários de pico, entre 18h e 20h, quando a geração de energia solar e eólica diminui e as usinas térmicas são acionadas. Segundo Silveira, o retorno do horário de verão ajudaria a aliviar essa pressão: “O horário de verão passa a ser uma realidade muito premente. Com essa escassez hídrica, precisamos garantir a segurança e a resiliência do sistema.”
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) também se reuniu para discutir a crise hídrica e seus impactos nos reservatórios. Em setembro, a previsão é que os principais reservatórios do país, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste, fiquem abaixo de 47% da capacidade.
Além da segurança energética, o ministro destacou que a medida poderia impulsionar setores econômicos como comércio e turismo, devido ao maior aproveitamento da luz do dia. “Estamos vivendo um bom momento para a economia, com inflação baixa e crescimento. O horário de verão pode aquecer áreas importantes como bares, restaurantes e o turismo”, explicou.
Apesar dos benefícios apontados, o horário de verão gera controvérsias. Especialistas afirmam que o impacto na economia de energia tem diminuído ao longo dos anos, enquanto algumas pessoas relatam dificuldades com a mudança no relógio biológico. A decisão final sobre a volta do horário de verão caberá ao Palácio do Planalto.
A última vez que o horário de verão foi implementado no Brasil foi em 2018, sendo extinto em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro, com a justificativa de que a economia de energia não justificava os efeitos negativos sobre a população.