A Polícia Civil de São Paulo está conduzindo uma investigação sobre a Escola Particular Pequiá, localizada no bairro do Cambuci, Zona Sul de São Paulo, após denúncias de maus-tratos a alunos. Pais e professores registraram boletins de ocorrência contra o estabelecimento de ensino, levando a polícia a solicitar a prisão temporária dos dois proprietários da escola.
Os casos de maus-tratos vieram à tona graças à coragem de uma das professoras, que presenciou cenas de abuso e humilhação e conseguiu esconder o celular para gravar as evidências. Uma das fotos registradas mostra um menino amarrado pelo uniforme a um poste.
Com as provas em mãos, a professora procurou algumas mães de alunos e juntas foram até a delegacia do bairro no último domingo (18/6) para registrar o boletim de ocorrência. No documento, a professora relatou punições severas, humilhações e agressões impostas às crianças sempre que algo não saía como esperado pelos proprietários.
“A punição era aplicada até mesmo em questões de xixi, com as crianças sendo obrigadas a permanecerem o dia inteiro com as roupas sujas, no caso da criança que fica sentada na caixa. Eram punidas por qualquer motivo”, revelou a professora Anny Garcia Junqueira, responsável pela denúncia.
Um vídeo ao qual a reportagem da TV Globo teve acesso mostra um dos alunos sendo humilhado na frente dos colegas por ter urinado nas roupas. Em outra gravação, uma mulher identificada como a dona da escola ordena agressivamente que uma menina de apenas 1 ano arrume os brinquedos.
“Eu fiquei horrorizada. Chorei, chorei e não podia acreditar que isso estava acontecendo”, desabafou a mãe da criança, indignada com as práticas abusivas na escola.
As autoridades responsáveis pela investigação garantem que todas as denúncias serão apuradas minuciosamente e que medidas adequadas serão tomadas para garantir a segurança e o bem-estar das crianças envolvidas. A Escola Particular Pequiá ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.