Brasil

Diretora de creche indiciada por tortura teria obrigado crianças a comer vômito

Jussara Pazim, de 64 anos, praticava diversas formas de agressão física e psicológica contra crianças

Publicado: | Atualizado em 29/04/2019 14:41


Jussara Pazim, de 64 anos, praticava diversas formas de agressão física e psicológica contra crianças (Crédito: Reprodução)
Jussara Pazim, de 64 anos, praticava diversas formas de agressão física e psicológica contra crianças (Crédito: Reprodução)

Curitiba – O caso aconteceu em uma creche particular no bairro Água Verde, região nobre de Curitiba. A diretora e proprietária da Cimdy Educação Infantil, Jussara Pazim, de 64 anos, praticava diversas formas de agressão física e psicológica contra crianças.

De acordo com a delegada Ellen Victer, umas das responsáveis pela investigação, a diretora forçava as crianças a comer o próprio vômito. “Tortura-castigo é caracterizada física e psicologicamente. Não é só agredir, chacoalhar as crianças… Ela fazia fila no banheiro para dar palmada, deixava as crianças sentadas no banheiro por horas”, contou.

A polícia apura ainda se as práticas possam ter começado desde que a escola abriu, em 1997. Durante as investigações, foram ouvidas 54 pessoas, entre crianças e ex-alunos da instituição que hoje são adultos. O conteúdo da escuta especializada com psicólogos que ouviram as crianças é sigiloso, porém, segundo a delegada Ellen Victer, todas as crianças ouvidas são vítimas das agressões praticadas pela diretora do creche.

“Na defesa, ela alegou ter uma postura firme com a educação das crianças. Só que, ao meu ver, há um grande excesso uma vez que educação não se confunde com agressão. Voltar a pegar a comida com vômito e devolver na boca da criança? Ao meu ver isso se enquadra como tortura-castigo e a polícia entra em ação”, comenta o delegado José Barreto.

Imagens do circuito interno registraram agressões e estão em poder da polícia. “Todos esses atos geram traumas nas crianças. São atos graves. Os pais trouxeram relatos de que elas estão traumatizadas, nas novas escolas elas [as crianças] chegam perguntando se ‘aquela professora não está aqui”.

Funcionários da instituição também foram ouvidos no inquérito e relataram temer represálias da proprietária, falando que conhecia delegados, juízes e promotores e que nada aconteceria com ela e quem quisesse entrar com ação trabalhista poderia e não teria problema nenhum. Os funcionários, incluindo professoras, colaboraram com as investigações. Diante da repercussão do caso, a escola foi fechada.

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Agora, o inquérito está com o Ministério Público do Paraná (MPPR) que fica responsável de denunciar a proprietária à Justiça.

Em nota, a escola afirma que “a denúncia não define a conduta e a atuação da unidade de ensino, a qualidade de seu histórico, nem a credibilidade de toda a equipe de profissionais que nela ou com ela trabalham”.

Confira na íntegra:

“A escola Cimdy tem um histórico de mais de duas décadas comprometido com e educação e a formação de centenas de indivíduos. O respeito e a confiança sempre pautaram as relações entre instituição, pais e alunos. Uma condição validada por alunos, ex-alunos e pessoas que se envolveram com a instituição de ensino em todos esses anos. A denúncia não define a conduta e a atuação da escola, a qualidade de seu histórico, nem a credibilidade de toda a equipe de profissionais que nela ou com ela trabalham. Os responsáveis pela escola estão à disposição das autoridades públicas para prestar todos os esclarecimentos necessários e se dedicam para, acima de tudo, preservar os alunos e conceder segurança no relacionamento com os pais e prestadores de serviços envolvidos com a instituição”, diz a nota.


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