O deputado estadual Cláudio Cunha gerou controvérsia ao afirmar que há “muito sensacionalismo” em torno do caso da artista circense Camila Gomes, que foi estuprada durante um assalto em Central do Maranhão.
A declaração foi feita em um vídeo divulgado nas redes sociais, logo após a detenção de três suspeitos pelo crime, ocorrido na última sexta-feira (22).
Segundo o deputado, a polícia trabalhou intensamente desde o início das investigações, e ele esteve acompanhando as ações de perto.
“A polícia nunca deixou de trabalhar um só momento. Eu, durante todo esse tempo, estava acompanhando o trabalho da polícia”, afirmou.
O caso de Camila ganhou notoriedade nesta semana, após a artista compartilhar detalhes do ataque em suas redes sociais.
A fala de Cunha, entretanto, foi recebida com críticas por minimizar a gravidade do crime e apontar a repercussão como “sensacionalismo”.
Após sua fala ter repercutido de forma negativa, o deputado concedeu entrevista ao site Ipolítica, afirmando que suas declarações foram mal interpretadas e que o termo “sensacionalismo” foi usado em outro contexto.
“Eu sou contra as pessoas que, para ganhar likes e curtidas, exploram as dores dos outros. Isto é sensacionalismo. Eu sempre estive ao lado das vítimas, agindo de forma silenciosa e colaborando com o sistema de segurança pública do Estado”, justificou.
Cunha também chamou atenção para a falta de visibilidade de outros casos de violência sexual no estado.
“Na noite de ontem, quantas Marias Fernandas foram estupradas e seus casos não tiveram grande repercussão na mídia? Quem está realmente preocupado com isso?”, questionou.
Sobre o caso
A artista circense Camila Gomes foi estuprada por um adolescente na frente da filha de 1 ano, em Central do Maranhão, após criminosos invadirem o circo onde ela trabalha.
O caso, que aconteceu na última sexta-feira (22), tem ganhado maior repercussão nesta semana.
Segundo relatos, oito homens mascarados, armados e agressivos invadiram o local cerca de 40 minutos após o encerramento do último espetáculo da noite.
No circo, estavam membros da família proprietária e alguns funcionários. Os criminosos roubaram dinheiro e objetos pessoais antes de arrastarem Camila para dentro de um trailer.
A jovem foi estuprada por um dos mascarados, um adolescente de 17 anos, enquanto a filha, uma bebê de apenas um ano, dormia no local.
A criança chegou a acordar, mas foi levada a ficar de costas por um dos homens, tendo escutado tudo.
Além disso, outros membros da equipe circense foram agredidos, incluindo o avô da vítima.