Policiais prenderam um casal e uma jovem de 22 anos na tarde do último sábado (30/01), no município de Campinas, no interior de São Paulo, por manter uma criança de 11 anos em condições de maus-tratos extremos. A denúncia foi feita por vizinhos.
De acordo com a Polícia Militar (PM), o garoto foi encontrado preso dentro de um barril de ferro, com as mãos e os pés acorrentados. Além disso, ele estava há quase cinco dias sem comer. “Colocavam pra ele casca de banana, fubá cru”, relatou o cabo Rodrigo Carlos da Silva.
A polícia foi acionada, após moradores da região notarem que o garoto havia deixado de ir para a escola, bem como brincar com outras crianças do bairro. Os militares contaram que entraram na casa, após a autorização da jovem de 22 anos, que é filha da namorada do pai do menino.
No local, os PM’s encontraram a criança nua, debilitada e com sinais de desnutrição. Ela ainda era mantida em pé no espaço, onde também fazia necessidades fisiológicas. O menino, diz a PM, ficou impossibilitado de sentar ou agachar e, com isso, também apresentava as pernas inchadas.
O local ainda era coberto por uma telha, e havia uma pia de mármore por cima para impedir que o menino saísse. O pai da criança, um auxiliar de serviços, de 31 anos, teria alegado que o menino tinha “problema psiquiátrico”, “dava muito trabalho” e que fez isso “para educá-lo”.
Após o resgate, a criança disse aos militares que não se alimentava há três dias e, desde que havia completado 10 anos, era frequentemente trancafiado e acorrentado naquele barril. O menino relatou também que, preso, chegou a se alimentar das próprias fezes para sobreviver.
O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Jardim Londres. O garoto foi retirado da casa e, em seguida, levado ao hospital. Ele está sob os cuidados do Conselho Tutelar da cidade, que informou que já acompanhava o caso há, pelo menos, um ano e vai apurar se houve falha.