Na manhã desta terça-feira, o contador João Muniz Leite, de 60 anos, foi alvo da Operação Fim de Linha, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Muniz, conhecido por seu trabalho anterior com Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está sendo investigado por suposta participação em um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de ônibus UPBus.
A operação incluiu a execução de um mandado de busca e apreensão na residência de Muniz, expedido pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da capital.
Este caso parte de investigações que tiveram início em 2021 com a Operação Ataraxia, que revelou ganhos financeiros suspeitos de Muniz em loterias, atingindo 640 vitórias, somando mais de R$ 20 milhões em prêmios, compartilhados com sua esposa, Aleksandra Silveira Andriani.
Muniz é visto como peça-chave em um complexo esquema de lavagem de dinheiro, supostamente organizado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), estabelecendo relações com empresários e criminosos para criar uma extensa rede de atividades ilícitas.
A UPBus, ponto principal das investigações, registrou prejuízos nos últimos anos, mesmo distribuindo milhões em “lucros” a acionistas, agora sob suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro e outras condutas criminosas. A investigação expande suas suspeitas para incluir a participação de Muniz em outras operações de lavagem de dinheiro, envolvendo empresas como Noroest Distribuidora de Combustíveis e Zipag Correspondente e Cobrança.
Os investigadores também estão examinando as ligações de Muniz com líderes do PCC e sua possível contribuição para ocultar transações financeiras relacionadas ao tráfico de drogas e às operações da organização criminosa.