Bolsonaro planeja enviar primeira mulher à Lua em 2024

A participação do Brasil no programa Artemis é bem vista. Contudo, é contraditória, pois o governo vem diminuindo recursos para ciência e educação.

Jair Bolsonaro e Ministro Pontes na cerimônia em Brasília (Imagem: Reprodução / Agência Brasil)

Jair Bolsonaro e Ministro Pontes na cerimônia em Brasília (Imagem: Reprodução / Agência Brasil)

O Presidente Jair Bolsonaro participou de uma cerimônia no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (15), que procura enviar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua em 2024. O programa é liderado pelos Estados Unidos (EUA) e se chama Artemis.

Até o momento, Bolsonaro é o único presidente da América Latina a assinar o documento. Até o presente momento, o programa ambicioso possui 12 países signatários: Austrália, Canadá, Coreia do Sul, EUA, Itália, Luxemburgo, Emirados Árabes Unidos, Nova Zelândia, Reino Unido e Ucrânia.

Segundo o portal Agência Brasil, na cerimônia de assinatura da adesão do Brasil ao programa Artemis, Bolsonaro disse que o acordo vai impulsionar o desenvolvimento tecnológico espacial nacional. Além disso, ele ressaltou mais uma conquista do seu governo que foi a eleição do Brasil para um dos assentos não permanentes no Conselho de Segurança da ONU.

O ministro Pontes também se manifestou, dizendo que o programa vai fortalecer a ciência e a tecnologia no país. “Temos caminhos abertos para futuros cientistas, futuros engenheiros, futuros técnicos e futuros astronautas, por que não?”, disse o ministro conforme o Portal Agência Brasil.

Embora a participação do país seja vista como positiva, observam-se contradições nas políticas do governo Bolsonaro, pois desde que o presidente assumiu a presidência, ele vem diminuindo a quantidade de dinheiro investido nas universidades e instituições científicas nacionais.

É importante frisar que o Brasil é um dos países que mais exporta cientistas para os Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, pois com a desvalorização profissional da categoria e perda de recursos destinados à ciência e à educação estão fazendo muitos profissionais qualificados mudarem de país. Esse fluxo migratório é chamado de “fuga de cérebro”.

Diante disso, não adianta o país participar de um programa científico e não destinar dinheiro para os pesquisadores e cientistas. O Brasil forma vários doutores por ano, mas os mais qualificados vão para o exterior. E muitos dos que permanecem no país não exercem a profissão, pois não existem vagas de emprego destinadas à categoria.

No Brasil, existe o mito de que se gasta demais na educação e na ciência. Basta observar as pesquisas internacionais e a classificação do nosso país. É importante lembrar que várias nações estão de olho nos recursos naturais do espaço, destinando uma enorme quantia de dinheiro, mas o Brasil não vem fazendo isso, deixando o país para trás na corrida espacial.