Um aluno de 14 anos, de uma escola estadual de Roraima, foi impedido de ficar na sala de aula, e também na escola, por estar calçado com um chinelo e não com um tênis. A mãe do adolescente registrou um boletim de ocorrência contra a unidade de ensino.
Segundo o relato da mãe ao G1, o filho foi de chinelo, porque o tênis dele tinha rasgado, e ela não estava com dinheiro para comprar outro no momento, pois estava esperando a pensão do pai do garoto.
Ainda segundo ela, o menino e mais dez alunos foram colocados para fora da escola por não estarem com o uniforme adequado.
A mãe também relatou que o adolescente ligou para ela chorando, dizendo que estava no terminal, esperando um ônibus para voltar para casa. Ele ficou duas horas esperando um transporte.
“Ele me ligou e falou ‘mãe, eu estou aqui no terminal, não tem ônibus para voltar [para casa]’. Ele me ligou chorando, dizendo ‘mãe, aconteceu que me tiraram da escola'”, contou.
Em vídeo registrado pela mulher, o menino relatou que, além da orientadora da unidade ter lhe expulsado da sala, debochou dele.
“Eu expliquei que eu não tinha condições para comprar sapato, meu pai não tinha mandado a pensão esse mês, e minha mãe estava desempregada. Aí, ela falou assim ‘não é tua mãe que é cheia do dinheiro e trabalha no garimpo’. Eu expliquei que ela não trabalha mais no garimpo, e ela falou que problema é meu, tipo um deboche, me humilhando na frente dos meus colegas”, relatou o adolescente.
Em nota, a Secretaria Educação e Desporto (Seed), responsável pela escola, disse que vai tomar atitude em relação à conduta da servidora da unidade de ensino, “uma vez que não há nenhuma orientação por parte da Secretaria, nem por parte de nenhuma instituição de ensino da rede para impedir a entrada de estudantes nas unidades de ensino em razão de fardamento escolar”.
O boletim de ocorrência feito pela mãe do adolescente no 4º Distrito Policial será encaminhado para o Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente, já que ele é de menor. Segundo a Polícia Civil, “já estão sendo adotadas as providências e diligências cabíveis.”