Desde que a Justiça determinou a suspensão do concurso da Polícia Militar de Alagoas, no dia 15 de setembro, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), só falou publicamente sobre o caso uma vez, durante uma coletiva de imprensa em que disse aguardar que as investigações fossem finalizadas.
“Estamos aguardando a finalização das investigações para tomar uma decisão. Óbvio que agora a decisão não será só do governador, porque o problema já está judicializado”, disse Renan na ocasião.
Desde a última semana, cresceu o número de candidatos que usam as redes sociais para pedir que o governador volte a se manifestar sobre o caso. Em geral, a imensa maioria das manifestações é pela anulação do certame e imediata realização de um novo concurso.
Se de um lado Renan Filho tem evitado falar sobre o assunto, por outro a Polícia Civil segue com as investigações. Na quinta-feira (21/10), na sede da Delegacia Geral, em Maceió, a Polícia Civil de Alagoas deu detalhes sobre a primeira fase da “Operação Loki”, que investiga possíveis fraudes em concursos públicos, e desarticulou uma organização criminosa.
Ao todo, doze pessoas foram capturadas pela polícia em Alagoas e em outros três estados onde a ação aconteceu — Paraíba, Sergipe e Pernambuco. Em solo alagoano, uma prisão foi efetuada em União dos Palmares, na Zona da Mata do Estado.
Na Paraíba, a polícia capturou o ex-policial militar alagoano Flávio Luciano Nascimento Borges, de 38 anos, apontado como o homem que coordenava as ações criminosas. Ele morava na cidade de João Pessoa, em uma residência de alto padrão.
A fase de silêncio do governador de Alagoas sobre o certame pode ser justificada pela sua própria fala em 20 de setembro, quando disse que a partir de agora a decisão não é apenas dele. O chefe do Executivo pode estar sendo cauteloso, enquanto aguarda o fim das investigações, é o que pondera um grupo de candidatos.
Policiais militares – @Divulgação