Alagoas

No 1º ano de vacinação, Alagoas teve o menor número de óbitos por infarto em 6 anos

Só a Covid-19, entre 2020 e meados de 2021, matou mais que doenças do coração no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).

Publicado: | Atualizado em 19/01/2022 16:49


Homem com sintomas de infarto | © Ilustração/Reprodução
Homem com sintomas de infarto | © Ilustração/Reprodução

Em Alagoas, o número de óbitos por infarto agudo do miocárdio (IAM) — popularmente conhecido como ataque cardíaco — teve uma queda de 54,18% em 2021. No total, foram 1.358 mortes contabilizadas no ano passado, 1.606 a menos do que em 2020.

Os números fazem parte de um levantamento realizado pelo Núcleo de Jornalismo de Dados (NJD) do BR104, com informações obtidas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Essa estatística cai ainda mais quando se compara os últimos seis anos, de 2015 a 2021; a redução chega a 85%. Nesse período, foram registados 11.698 óbitos pela doença, com predominância no sexo masculino, totalizando 6.579, e ficando o sexo feminino com 5.118 dos casos. [gráfico 1.0]

No entanto, os números chamam a atenção em 2020, quando os casos de óbitos por infarto extrapolaram. Esse foi o ano com mais ocorrências registradas da doença em território alagoano, cenário que se agravou devido à pandemia do novo coronavírus, de acordo com especialistas.

Ainda neste ano em questão, 2.964 pessoas faleceram em decorrência do infarto, sendo 1.648 do sexo masculino e 1.316 do sexo feminino. Para se ter uma ideia, a alta é de 88,31% quando comparada com 2019, período pré-pandemia, em que foram registrados 1.574 mortes. [gráfico 1.1]

Entre os motivos da Covid-19 ter contribuído para a piora do cenário, está o fato de a população ter deixado de fazer exames e ir até as unidades de saúde para os tratamentos necessários, por receio da contaminação.

No gráfico acima, onde detalhamos esses dados, é possível perceber que no ano passado, as mortes por esse tipo de enfermidade caíram em todas as faixas etárias, em comparação a 2020, quando o Brasil ainda nem tinha iniciado a vacinação contra o novo coronavírus. [gráfico 1.2]

O levantamento aponta ainda que, nos últimos seis anos, a faixa etária com mais incidência de mortes decorrentes de infarto em Alagoas foi de 70 a 79 anos, com um total de 3.011 óbitos. Durante esse período, duas crianças entre 1 e 4 anos também foram vítimas da doença. [gráfico 1.3]

Apesar das doenças do coração se manifestarem na maior parte das vezes na vida adulta, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alerta que é na infância que o processo de aterosclerose, doença degenerativa pelo depósito de gordura nas artérias, tem o seu início.

As doenças cardiovasculares são um problema de saúde pública mundial. São mais de 18 milhões de óbitos no mundo decorrentes dessas doenças prevalentes. No Brasil, esse tipo de enfermidade representa a principal causa de morte. Estima-se que até 2040 haverá um aumento de até 250% desses eventos no país.

Vacina Covid-19 X Infarto

Com a ampliação da divulgação feita pela imprensa sobre mortes repentinas de artistas e atletas por doenças cardíacas, que são as principais causas de óbitos no Brasil, muitos “produtores de desinformação” têm usado esses fatos para atacar as vacinas contra a Covid-19.

Nas redes sociais, multiplica-se um material “denunciando” um suposto aumento nas mortes súbitas e relacionando isso à vacinação. Inclusive, recentemente, a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) divulgou uma nota enfatizando a falta de evidências sobre o assunto e a segurança dos imunizantes.

“Não há nenhuma evidência científica mostrando qualquer tipo de elevação no número de casos de morte súbita (MS) em atletas. Adicionalmente, não há nenhum dado que mostre uma associação entre vacinas contra o Sars-CoV-2 e MS em atletas ou em praticantes de atividades físicas intensas e/ou frequentes”, diz o texto.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), as arritmias cardíacas afetam ao menos duas dezenas de milhões de brasileiros e causam entre 300 mil e 320 mil mortes por ano. Só a Covid-19, entre 2020 e meados de 2021, matou mais do que doenças do coração no Brasil.

Em meio à pandemia, o número de óbitos por doenças cardiovasculares chegou a aumentar. A Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen-Brasil) divulgou que, nos primeiros seis meses do ano passado, 150 mil óbitos por essa razão haviam sido registrados, um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2020.

Sintomas do infarto agudo do miocárdio

O principal sintoma do Infarto é dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, o braço direito.

Esse desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre o tórax. Esses sinais podem ser acompanhados de outros sintomas, como:

  • Suor excessivo
  • Palidez
  • Alteração na frequência cardíaca

Já em idosos, o principal sintoma pode ser a falta de ar, e a dor também pode ser sentida no abdômen, semelhante a dor de uma gastrite ou esofagite de refluxo.

Nos diabéticos e idosos, o infarto pode ser assintomático, sem sinais específicos. Por isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito apresentado por esses pacientes.


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