Mesmo com a quarentena, o Brasil registrou um aumento de 6% no número de assassinatos no primeiro semestre deste ano. E Alagoas teve aumento acima da média: foram 15,5% mais mortes violentas que nos seis primeiros meses do ano passado, de acordo com o balanço do Monitor da Violência divulgado hoje (21/08).
O estado contabilizou no período 650 assassinatos, conforme o levantamento do Monitor com base nos dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL). O mês com maior número de homicídios foi fevereiro, com 145 mortes violentas.
Este ano, Alagoas teve os seguintes registros por mês: 99 mortes violentas em janeiro – 2.97 mortes por mês; 145 em fevereiro – 4.35/mês; 102 em março – 3.06/mês; 117 em abril – que foi o mês com o segundo maior número de homicídios – 3.51/mês; 94 em maio – 2.82/mês e 93 em junho – 2.79/mês.
Os números também apontam para o Nordeste como o grande puxador do aumento dos assassinatos, em uma posição completamente diversa da verificada no ano passado. As mortes na região cresceram 22,4% no semestre. Foram 10.488 assassinatos, contra 8.571 em 2019. No total, foram 1.917 mortes a mais.
Os dados vão na contramão do ano passado, quando o país alcançou redução de mais de 19% no número de assassinatos. Em seis meses, foram registradas 22.680 mortes violentas, contra 21.357 no mesmo período do ano passado. Ou seja, 1.323 mortes a mais.
Além de Alagoas, outros quatro estados tiveram altas superiores a 15%: Espírito Santo, Paraíba, Maranhão e Ceará. Este último é o estado que mais chama a atenção é o Ceará. A alta no primeiro semestre de 2020, porém, é impressionante: 102,3%. Foram 2.237 assassinatos, contra 1.106 em 2019.
No balanço deste primeiro semestre, os homicídios cresceram nas nove unidades da federação nordestinas: Alagoas (15,5%), Bahia (5,6%), Ceará (102,3%), Maranhão (21,1%), Paraíba (19,4%), Pernambuco (11,5%), Piauí (7,7%), Rio Grande do Norte (8,5%) e Sergipe (7,3%).
Enquanto os crimes violentos em toda a região cresceram 22,4%, as demais reduziram ou ficaram praticamente estáveis, casos do Sudeste (-0,8%), Sul (1,7%), Norte (-13,8%) e Centro-Oeste (-10,4%). Roraima e Pará, por exemplo, tiveram queda de mais de 20%.