O secretário de Segurança Pública de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça, falou pela primeira vez sobre a recomendação da 62ª Promotoria da Capital de Controle Interno da Atividade Polícia e Segurança Pública, que aconselhou a vacinação contra a Covid-19 de 162 policiais militares que ainda não foram imunizados contra a doença.
A recomendação foi assinada pela promotora Karla Padilha, amparada na Lei 13.979/2020, que trata sobre a obrigatoriedade da vacinação, e nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade julgadas pelo Supremo Tribunal Federal.
Em entrevista ao BR360, programa do Portal BR104, Gaspar se posicionou favorável à vacina e lembrou que perdeu o seu pai, o advogado Carlos Alberto Pinheiro Mendonça, vítima da Covid-19, em maio de 2020.
“Evidentemente sou totalmente a favor da vacina, perdi o meu pai de Covid. Quase perdi minha mãe, fiquei internado no hospital lutando pela vida e dou graças a Deus aos nossos cientistas [pela] humanidade tá se livrando dessa praga por meio da vacina”, disse.
Sobre obrigar os policiais militares a se vacinarem, Alfredo Gaspar disse que “não devemos tratar o servidor da segurança pública diferente do cidadão”, e explicou que a população está nas ruas aglomerando e sem cumprir qualquer medida sanitária.
“Temos quase dez mil servidores na ativa na segurança pública. Fico feliz de apenas uma pequena quantidade deles ainda estarem em dúvida sobre a vacina e fico feliz no sentido de que a grande maioria tá protegida. […] O que eu posso dizer é que nós não devemos tratar o servidor da segurança pública diferente do cidadão, e no dia a dia, a população, ela está aí toda na rua participando de festas, está na rua à vontade. Você pode ir pra qualquer bar, restaurante, praia, ambiente aberto e fechado, muitos ambientes estão acima da capacidade de recepção de pessoas”, ponderou o secretário de Segurança Pública.
Gaspar disse fugir da ideologia nessa questão, e até sugeriu fazer um exame para saber se esses policiais adquiriram anticorpos.
“Eu não acho que Alagoas possa prescindir de 162 militares nas ruas, se esse for os números. Nós temos uma falta de efetivo gigantesco. A questão desses militares estarem ou não contaminandos, e a vacina, ela também não impede completamente a contaminação, talvez fosse o caso de fazer algum exame pra ver se esse pessoal já tem anticorpos, quais as vacinas poderiam produzir, mas não é uma temática simples. Eu fujo da ideologia, porque a ideologia não vai em nada ajudar esse essa temática. Mas luto muito pra que esses servidores não sejam afastados das suas funções, também porque isso irá fazer falta nas ruas.”
Por fim, o secretário observou que “nem o Supremo Tribunal Federal ainda decidiu a opinião constitucional dessa obrigação.”
Assista o trecho da entrevista no início da matéria.