Alagoas — A combinação de altas temperaturas e umidade, como tem ocorrido neste verão, favorece ao aparecimento e a proliferação de escorpiões. São nessas épocas que esses animais saem em busca de abrigo em lugares secos, e a sua casa pode ser o refúgio perfeito.
Dados apresentados pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), mostram que no primeiro mês de 2020 foram registrados 585 acidentes, sendo a maioria em Maceió. Os casos deste ano são inferiores ao mesmo período de 2019, com registro de 937 ocorrências.
Já entre 2018 e 2019 houve o registro de 19.497 casos, sendo 9.655 em 2019 e 9.832 em 2018. Em Alagoas, o tipo de escorpião predominante é o T. Serrulatus e o T. Stigmurus (amarelo), espécie que causa mais acidentes, sendo o segundo mais perigoso do mundo.
Mesmo com a redução dos casos, a população não deve se descuidar, porque devido ao calor intenso no estado, os escorpiões costumam sair dos esconderijos à procura do seu principal alimento, que é a barata. Os meses de dezembro a março é o período do acasalamento.
A assessora de Controle de Zoonoses da Sesau, Ana Paula Freitas, destacou que a picada dos demais tipos oferece menos riscos, mas pode ser fatal se a vítima for criança e idoso. “Essas duas faixas etárias são mais suscetíveis a desenvolverem complicações, em função da imunidade e doenças pré-existentes”, afirmou a técnica.
Prevenção
Para evitar a entrada dos escorpiões em casas e apartamentos dos centros urbanos, a recomendação é usar telas em ralos de chão, pias e tanques, além de vedar frestas nas paredes e instalar soleiras nas portas. Outra medida é afastar as camas e berços das paredes e verificar roupas e calçados antes de usá-los.
Também é possível combater esses animais peçonhentos eliminando entulhos diversos, como material de construção, lama, lixo, entre outros, nas residências, terrenos baldios e áreas externas do imóvel. Além de manter distante de sua casa as baratas, que é o principal alimento do animal.
O que fazer em caso de acidente?
Em ocorrências envolvendo escorpiões não se deve tomar medidas baseadas em costume popular, a primeira iniciava é ir até uma unidade de saúde mais próxima. Deve-se, se possível, capturar o animal e levá-lo até o posto de saúde para que seja feita a identificação e, com base nessa informação, o profissional defina qual o tratamento correto.
De acordo com Ana Paula Freitas, recomenda-se que em casa possa ser aplicada uma compressa morna no local, que minimizará a dor e evitar esforço. Não é indicado amarrar a área afetada, nem o uso de substância ou curativo que fechem o ferimento.
“Se for vítima de um escorpião, não tome medidas como cortar, perfurar ou queimar o local. É proibido colocar álcool e substâncias com plantas, uma vez que elas não combatem o veneno e contribuem para agravar o quadro clínico do paciente”, concluiu a assessora da Sesau.
