Dia da Consciência Negra é marcado por homenagens na Serra da Barriga

Os visitantes se dividem para acompanhar as rodas de capoeiras, apresentações musicais, cerimônias religiosas e atividades que acontecem simultaneamente

Os visitantes se dividem para acompanhar as rodas de capoeiras, apresentações musicais, cerimônias religiosas e atividades que acontecem simultaneamente (Crédito: Reprodução)

Os visitantes se dividem para acompanhar as rodas de capoeiras, apresentações musicais, cerimônias religiosas e atividades que acontecem simultaneamente (Crédito: Reprodução)

Maceió – Nesta terça-feira (20), um dos mais importantes patrimônios históricos culturais está em festa. Para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, turistas, estudantes e religiosos participaram, no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, de uma vasta programação cultural.

“Olorum Kalafé Axé!”. Logo na placa de entrada, os visitantes são recebidos com a mensagem na expressão em Iorubá, idioma e religião de um dos maiores grupos étnicos da África Ocidental, desejando que todos sejam bem vindos à sua casa.

Mãe Neide, ialorixá e patrimônio vivo de Alagoas (Crédito: Reprodução)

Para Mãe Neide, ialorixá e patrimônio vivo de Alagoas, todo 20 de novembro não é só um momento de celebração, é um momento de reflexão. “É um momento de recomeço, um momento de pensar no que estamos fazendo. Eu vejo que Zumbi vive em cada capoeira que sobe suado, com seu berimbau na mão, em casa mulher negra, branca e índia que sobe essa serra. Isso que é resistência”, ressalta.

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Os visitantes foram recebidos com festa e muita animação. “Aqui é como se fosse uma nova República”, disse Raniele Araújo, que mora no Rio de Janeiro, e está na Serra da Barriga pela segunda vez. Ela veio conhecer o Memorial junto com seu esposo, Jhon Kléber, em janeiro deste ano.

Aqui é como se fosse uma nova República”, disse Raniele Araújo, que mora no Rio de Janeiro (Crédito: Reprodução)

“Uma coisa foi quando viemos aqui e só tava a terra, o espaço vazio, já era forte, eu senti a vibração. Hoje, vendo todos esses grupos populares, a capoeira. O Xirê, que foi uma coisa que me tirou do chão. Eu senti a força de todos os ancestrais, quando elas começaram a cantar. A força do canto, da dança”, diz encantada.

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Para Kléber, que é professor de história, o interesse de conhecer lugares onde a resistência negra está marcada o trouxe a União dos Palmares, neste dia 20. “A primeira vez já foi muito emocionante. Eu sempre tive interesse em conhecer a Serra da Barriga, onde a resistência negra é muito marcada. Por esse motivo, decidimos voltar aqui pra sentir essa energia durante essa celebração”, explica.

O casal se programou há cerca de um ano para vir a Serra e, para Raniele, valeu muito a pena todo esforço. “Vale muito a pena vim pra cá. Nós fizemos as reservas de hotel e passagens há um ano. Nós achamos tão importante, que divulgamos nas redes sociais e convidamos as pessoas para conhecerem esse lugar maravilhoso. Com certeza iremos voltar outras vezes”, afirma.